sábado, 20 de julho de 2013

SUPER-HOMEM E O MUNDO REAL

Fui ver o novo filme do alienígena mais famoso do universo, o “Homem de aço”. Particularmente, nunca gostei do personagem. Sempre achei sem graça, estadunidense demais. Herói usando azul e vermelho só se for o Homem-Aranha!
               Mas enfim, como tem o envolvimento do Christopher Nolan ( o cara que tornou os filmes do Batman legais de novo) e sua mania de inserir realidade em tudo, dei uma chance ao cinema. E, veja só, o filme me fez pensar no mundo real! Mais especificamente, em três pontos principais:
1 – De onde viemos?
                No filme, os kryptonianos são pré-programados de nascença. O general Zod estava destinado a ser militar, enquanto Super Kal-El, gerado fora dessa lógica, podia ser o que bem entendesse.
               Trazendo pra vida real: Zod nasceu e foi criado numa sociedade decadente e sem oportunidades, onde todos lutam pra sobreviver como podem e se agarram ao emprego que conseguem pois é tudo o que têm. Ele não é um vilão malvado, é fruto da violência social que qualquer um de uma comunidade carente sofre. Quando seu mundo, seus sonhos e seus planos desabam, ele também desaba e parte para a violência. Esse filme a gente vê e provoca todos os dias.
2 – Para onde vamos?
               Clark Kent foi adotado e criado numa família de modelo tradicional e recebeu toda a educação possível para se tornar uma boa pessoa quando crescesse. Ao completar 33 anos, Zod aparece e pede sua cabeça para poupar o planeta Terra. O caipira então procura a igreja para se aconselhar se deve se sacrificar ou não pela humanidade.
               Clark é o Jesus moderno e tal qual na Bíblia (ou na música “Geni e o zepelim” do Chico Buarque) o povo que o despreza não hesita em solicitar sua cabeça para que sejam salvos. Na nossa vida, somos aqueles que tacam pedra ou somos os mártires?
3 – O que faremos?
               Super-Homem é o modelo a ser seguido. É o bom moço, o escoteiro, o mártir, aquele que inspira as boas ações. Como o filme diz, o S em seu peito representa a esperança de um mundo melhor.
               Porém, em dado momento, numa cena forte, Super-Homem mata uma pessoa. É por um bom motivo, se é que isso existe pra justificar um crime, mas não deixa de ser assassinato. Aquele que era para ser um símbolo para o mundo é tão falho quanto o vilão do filme, com a diferença de que o Homem de Aço teve uma base familiar, tão rara hoje em dia.
               Os humanos no filme são mais heroicos: o dono do jornal que enfrenta um raio da morte para salvar a estagiária, o fazendeiro que enfrenta um furacão para salvar um cachorro, o militar que arrisca tudo pra cumprir sua missão... todos dispostos a se sacrificar para fazer o bem, e não sacrificar os outros para ficar bem.
               Eu não gostava do personagem, como disse no começo. Mas ele significava algo. Com essa atualização para os dias de hoje, ele perdeu sua cueca e seu significado. Se esse é herói símbolo do mundo moderno, então me preocupo com os rumos da nossa Krypton.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

"Nós somos feitos pra acabar
Nascemos prontos pra morrer
Quanto mais cedo a gente aceitar
mais fácil será viver"

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Verdades e mitos sobre o Brasil

          Alguém disse: tem coisas que por serem repetidas diversas vezes, acabam virando verdade. Ou pelo menos as pessoas acabam acreditando que são verdade. Na minha opinião, porém, toda verdade deve ser questionada.

Exemplo 1: o Brasil é um país inferior se comparado à civilização europeia.

Fato que contribui para a problematização desta "verdade": em entrevista ao Sportv, o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke (o mesmo que disse que o Brasil tinha que levar um chute no traseiro para acelerar as obras para a Copa do Mundo), quando perguntado sobre as manifestações que estão acontecendo nas ruas do país e na porta dos estádios da Copa das Confederações, respondeu:

           Isso é um acontecimento normal em qualquer país. Se me preocupo com as cenas de violência? Não, pois não é diferente em nada das manifestações que acontecem nas ruas de Paris, por exemplo (Jerome é francês).

Exemplo 2: os impostos no Brasil são absurdos e os produtos importados ficam caros por conta disso.

Fato que contribui para a problematização desta "verdade": em reportagem noticiada pelo portal G1, foi revelada uma pesquisa comparando os preços do novo Ipad Mini ao redor do mundo e descobriu-se que o Brasil é quem vende mais caro esse novo lançamento da Apple. Transpondo os preços para dólar, o produto está chegando ao nosso país por mais de U$580,00 enquanto os EUA praticam um preço duzentos dólares menor.

             A justificativa, obviamente, é que os estadunidenses fabricam o aparelho, enquanto nós importamos. Porém, descobriu-se 30% do valor final é relativo aos impostos brasileiros e 20% são os custos de produção, revelando assim que metade do valor final do aparelho é de lucro. Isso é uma prática que não acontece nos países do hemisfério norte, onde apenas 20% do valor é referente ao lucro e 60% são de impostos...

                   Onde eu quero chegar com isso? À reflexão.